sexta-feira, 11 de maio de 2007
Abei: alta de tarifa têxtil deve elevar preço no varejo
Agencia Estado
A elevação de 20% para 35% da Tarifa Externa Comum (TEC) sobre os produtos do setor têxtil, anunciada recentemente pelo governo, deve aumentar os preços finais aos consumidores entre 11% e 15%, estima o presidente da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abeim), Sylvio Mandel. "O aumento do imposto sobre a importação de produtos têxteis vai prejudicar principalmente a classe média que compra em hipermercados e no varejo", afirma.
Segundo ele, o varejo está sendo penalizado três vezes por estar importando: "Nós estamos sendo castigados através das cotas, dos preços mínimos em quilo e agora temos o aumento da TEC, de 20% para 35%. Estamos pagando mais caro por produtos que o mercado brasileiro não consegue abastecer", diz.
Mandel se refere principalmente a produtos como suéteres e jaquetas. "O forte da importação é a linha de inverno, como suéteres e jaquetas. As jaquetas de jeans, a gente compra do Brasil que é um grande mercado. Agora, o resto das jaquetas, em tecidos sintéticos, precisamos importar, já que não se encontra no mercado interno."
Marca brasileiraO dirigente explica inclusive que atualmente algumas indústrias de jaquetas importam da China, nacionalizam, e revendem o produto no mercado interno, com a marca brasileira. Ele ressalta ainda que são consumidos no mercado interno cerca de 92% a 93% de produtos confeccionados dentro do Brasil.
"Os grandes varejos e supermercados, em vestuário, vendem apenas 7% a 8% de produtos importados, o que é pouco", salienta, acrescentando que a participação do vestuário importado no País é de 3,6% do consumo.
A elevação da TEC, na opinião de Mandel, não será responsável pela redução das importações, "porque a produção interna não teria condições de atender à demanda nacional." Além disso, argumenta que a taxação extra deveria ser encaminhada para financiamento às indústrias de fiação, às malharias retilíneas e de jaquetas, para que tenham condições de se modernizar para enfrentar o mercado externo.
"A indústria brasileira não se preparou para concorrer com produtos importados. Há anos que ela está estagnada", afirma, destacando que as jaquetas e os artigos de malharia respondem por cerca de 60% a 70% das importações.
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Um comentário:
Valéria, vlw mesmo pela iniciativa da criação deste blog. É mais um veículo de informação para os profissionais, estudantes e curiosos sobre o assunto. Parabéns.
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